“Como analisar e aconselhar o agricultor sobre os riscos económicos relacionados com as alterações climáticas? Teste de uma ferramenta de simulação”; “Incêndios Florestais em Portugal 2017 no contexto das alterações climáticas”; “Os desafios de adaptar os recursos hídricos, a agricultura e a floresta às alterações climáticas na Europa do Sul e na região Mediterrânica”. Estes foram alguns dos temas apresentados na Conferência Internacional “Alterações Climáticas: Resiliência Local & Cenários Globais”, que decorreu na Plataforma das Artes, em Guimarães, e teve a organização do Laboratório da Paisagem, do Município de Guimarães e do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
Na sessão de abertura, a Vereadora da Câmara Municipal de Guimarães, Sofia Ferreira, realçou que “as alterações climáticas são globais e ditadas por um modelo de desenvolvimento económico e social que as autarquias nunca serão capazes, por si só, de alterar”. Nesse sentido, aponta uma “batalha decisiva” que “se trava ao nível das consciências”. Sofia Ferreira considerou, na sua intervenção, que “só a consciencialização do problema conduz a uma mudança de atitude e de cultura. Neste particular, a intervenção local é, de longe, a mais eficiente e estruturante, e os poderes públicos têm a obrigação de liderar pelo exemplo”.
O caminho que Guimarães já fez nesta matéria, ao nível da consciencialização, das boas práticas e dos investimentos “deixa-nos satisfeitos, mas torna ainda percetível o muito que ainda há por fazer”, salientou ainda a Vereadora do Ambiente.
O vice-presidente da Associação Portuguesa do Ambiente, Pimenta Machado, enalteceu a iniciativa e o exemplo que Guimarães demonstra nesta discussão apontando a candidatura apresentada a Capital Verde Europeia. A sessão de abertura contou ainda com as presenças de Paulo Cruz, vice-presidente do Laboratório da Paisagem; Maria do Rosário Azevedo, Secretária Executiva da CIM do Ave; Jorge Brito, Secretário Executivo da CIM Região de Coimbra; Pimenta Machado, Agência Portuguesa do Ambiente (APA); Alexandre Tavares, Universidade de Coimbra e Jean François Berthomieu, Association Climatologique de la Moyenne Garonne et du Sud-Ouest.
Esta conferência reuniu os membros do projeto europeu RiskAquaSoil: Plano Atlântico de Gestão de Riscos no Solo e na Água, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através Programa de cooperação INTERREG Espaço Atlântico, que foi iniciado em 2016 e tem como objetivo central a deteção dos impactos das alterações climáticas nos espaços rurais, contribuindo para a gestão do risco, o uso dos recursos hídricos e do solo, a reabilitação de áreas agrícolas e o desenvolvimento de novas práticas.